História do Chocolate - Parte I
Elixir dos deuses e dos heróis
Segundo a lenda do Popol Vuh, livro sagrado dos maias, a primeira bebida a base de cacau tem origem divina, pois teria sido elaborada por um casal de ancestrais místicos para o casamento sobrenatural do neto, o herói Hun Hunahpu, com uma virgem do Xibalba.
Os senhores do Xibalba, o inferno maia, decapitaram Hun Hunahpu e penduraram sua cabeça numa árvore morta.
Depois disso, miraculosamente, a árvore deu frutos. De acordo com o texto do Popol Vuh, eram cabaças, mas segundo outras fontes eram frutos do cacaueiro.
A virgem teria falado com o herói morto na árvore, que cuspiu em sua mão, fecundando-a magicamente.
A partir disso, a bebida à base de cacau, servida quase sempre em cabaças, passou a fazer parte das negociações preliminares ao casamento. Os noivos e os pais brindavam o enlace bebendo chokola'h.
Os pequenos maias eram purificados, numa cerimônia parecida ao batismo católico, com um galho molhado na água virgem de uma fonte, onde eram jogadas flores e cacau.
Como fruto do nascido das profundezas do mundo subterrâneo e sinal de renascimento, o cacau acompanhava os mortos em sua viagem para o além: uma grande quantidade de vasos funerários gravados com o símbolo do cacau era colocada nas sepulturas dos antigos reis maias.
"Perfume de cacau, dançando próximo ao tambor, espalhando seu eflúvio em profusão..."
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