História do Chocolate - Parte III


A bebida da conquista



Os conquistadores e missionários espanhóis, novos senhores do México, na falta do vinho que havia sido proibido por édito imperial, aderiram rapidamente ao consumo do chocolate.
O papel financeiro das sementes de cacau ("a encantadora moeda" como denominou no século XVI Pedro Mártir de Angleria) também contribuiu para o sucesso da bebida.
A introdução da cana de açúcar possibilitou a mudança das receitas à base de cacau, temperando o forte sabor natural do chocolate com açúcar, baunilha e canela. Com esse toque açucarado, a bebida teve aceitação geral.

Para os indígenas, chocolate bom era aquele chocolate que fazia espuma, muita espuma. Foi então, que os colonos espanhóis inventaram no México, as primeiras chocolateiras, simples potes de barro em cuja tampa, de madeira, havia um furo por onde se introduzia uma espécie de batedor, responsável pela produção das tão cobiçadas bolhas.
Os colonos e suas esposas índias, se fartavam de chocolate. Tomavam no mínimo duas vezes ao dia: quente no café da manhã e frio no meio da tarde.



O elixir dos antigos deuses foi admitido até nas igrejas, nas missas solenes, quando era servido às senhoras da alta sociedade de Chiapas, para grande desespero do bispo, que mandou proibir a escandalosa prática, o que não foi uma boa idéia, pois contam que morreu logo depois, ao tomar um chocolate envenenado.

Com o desenvolvimento das plantações e a facilidade para estocar as sementes de cacau, o chocolate, acompanhado de fatias finas de pão torrado, biscoito ou compotas, se impôs como uma saudável alternativa para o lanche da noite.

Miscigenado, mas portador de um fascinante passado, o chocolate do Novo Mundo estava totalmente pronto para enfeitiçar as cortes européias.


* Os melhores divulgadores do chocolate foram, sem dúvida, os reis. No entanto, os missionários espanhóis merecem reconhecimento, pois foram eles que apresentaram aos reinos espanhóis não apenas o chocolate, mas a bebida feita dele, com adição de açúcar extraído da cana. Nos séculos XVII e XVIII, os prelados de várias ordens continuaram a aperfeiçoar e a difundir as receitas de chocolate pela Europa.
Dizem que na França, o cardeal de Lyon, Alphonse de Richelieu, aprendeu com os religiosos espanhóis a fórmula secreta do chocolate.



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